O décimo mês do ano traz um lembrete fundamental para as empresas, instituições de saúde e setores de toda a sociedade: a necessidade de lutar contra o câncer de mama, o tipo mais comum entre o público feminino.
Foi com esse objetivo que surgiu o Outubro Rosa. Criada na década de 90, a campanha visa sensibilizar o mundo inteiro sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado desse problema que atinge cerca de 66 mil mulheres anualmente só no Brasil.
Hoje, vamos entender um pouco mais sobre a doença, como detectá-la, formas de se proteger e outras informações essenciais para quem deseja viver com menos riscos e mais qualidade de vida. Continue a leitura!
O que é o câncer de mama?
Essa doença se forma quando as células da mama começam a se multiplicar de maneira desordenada, dando origem a um tumor. Se ele for maligno, as células podem invadir tecidos próximos ou se espalhar para outras partes do corpo, caracterizando a metástase.
Existem diversos tipos de câncer de mama, como o carcinoma ductal (que se inicia nos dutos mamários) e o carcinoma lobular (que começa nos lóbulos, onde o leite é produzido), entre outros menos comuns. Cada um tem um comportamento diferente, o que torna o diagnóstico preciso e a análise detalhada fundamentais para o sucesso do tratamento.
Apesar da alta incidência, o câncer de mama, quando identificado precocemente, apresenta chances de cura que podem chegar a 95%. Por isso, é indispensável se manter sempre atenta aos sinais.
Quais são os fatores de risco do câncer de mama?
O câncer de mama pode afetar qualquer pessoa, mas certos fatores aumentam significativamente o seu risco de desenvolvimento. São eles:
Idade
As chances de desenvolver câncer de mama aumentam com o envelhecimento. A maioria dos casos ocorre acima dos 50 anos, embora a doença também possa surgir em mulheres mais jovens.
Histórico familiar e genético
Ter parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama ou de ovário aumenta o risco de desenvolvimento da doença. Além disso, mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, herdadas geneticamente, estão associadas a um risco significativamente maior desse e de outros tipos de tumor.
Exposição hormonal
A exposição prolongada ao estrogênio, seja pela primeira menstruação precoce (antes dos 12 anos), menopausa tardia (após os 55 anos), ou pelo uso de terapias de reposição hormonal por longos períodos, pode aumentar a incidência do câncer.
Estilo de vida
Fatores como sedentarismo, obesidade (especialmente após a menopausa), dieta rica em gorduras, consumo excessivo de álcool e tabagismo contribuem diretamente para o surgimento do câncer de mama.
Manter um estilo de vida saudável é o melhor caminho para evitar esse e inúmeros outros problemas de saúde. Por isso, pratique exercícios físicos regularmente, tenha uma alimentação balanceada, controle o estresse e evite beber e fumar.
Os exames regulares são os seus maiores aliados
Como já falamos, a detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura do câncer de mama. Para isso, os exames regulares desempenham um papel essencial nesse processo, permitindo que o tratamento seja iniciado em estágios iniciais.
A mamografia, exame de imagem que utiliza raios-X para identificar alterações no tecido mamário, consegue detectar nódulos ou outras anormalidades que ainda não são palpáveis. A recomendação geral é que mulheres com idade a partir de 40 anos realizem esse procedimento anualmente ou de acordo com a indicação médica.
Outros exames podem ser solicitados pelo médico, dependendo do caso. Entre eles, estão:
- Ultrassonografia mamária: utilizada para complementar a mamografia, especialmente em mulheres com mamas densas, onde o tecido glandular dificulta a visualização de possíveis nódulos.
- Ressonância magnética: recomendada para mulheres com alto risco de câncer de mama, como aquelas com mutações genéticas, para uma análise mais detalhada.
- Exame clínico das mamas: realizado pelo médico durante consultas de rotina, onde o profissional examina manualmente a região mamária para identificar alterações.
Como realizar o autoexame?
O autoexame das mamas é uma prática simples que toda mulher deve incorporar à sua rotina de autocuidado. É claro que ela não substitui exames clínicos ou mamografias, mas ajuda a conhecer melhor o próprio corpo e a identificar mudanças ou sinais indicativos de problemas, como nódulos, secreções ou alterações na pele e nos mamilos.
Confira o passo a passo de como realizá-lo:
- Diante do espelho: comece o exame em pé, em frente a um espelho, com os braços ao longo do corpo. Observe o tamanho, o formato e a simetria das mamas. Verifique se há qualquer alteração visível, como inchaço, retrações na pele, rugosidade, enrugamento ou alterações nos mamilos, como descamação ou vermelhidão. Em seguida, levante os braços acima da cabeça e observe novamente, procurando por alterações que possam não ser visíveis com os braços abaixados.
- Mãos na cintura e contração: coloque as mãos na cintura e faça uma leve pressão para contrair os músculos do peito. Observe se aparecem quaisquer ondulações ou retrações, indicando a presença de um tumor. Movimente o tronco levemente para a esquerda e para a direita enquanto observa.
- Apalpação em pé ou no banho: usando as pontas dos dedos (não a palma), faça movimentos circulares na mama, começando pela parte externa e seguindo em direção ao mamilo. Apalpe toda a região da mama, incluindo a axila e a área próxima ao colo. Divida a mama em quadrantes imaginários para garantir que você apalpe todas as partes.
- Apalpação deitada: deite-se de costas com um travesseiro sob o ombro direito e coloque a mão direita sob a cabeça. Com a mão esquerda, apalpe a mama direita, novamente com movimentos circulares, cobrindo toda a área. Troque de lado e repita o processo na mama esquerda. Essa posição ajuda a espalhar o tecido mamário, facilitando a detecção de nódulos.
- Pressão no mamilo: com cuidado, pressione levemente o mamilo para verificar se há secreções. Caso perceba a presença de qualquer tipo de líquido (transparente, leitoso ou sanguinolento), é importante procurar um médico.
Essa é uma luta de todos nós!
O Outubro Rosa nos ensina que a conscientização e a prevenção salvam vidas. Porém, a verdadeira força está em manter esse cuidado o ano inteiro, fazendo do autocuidado um hábito constante.
É fundamental também incentivar suas colaboradoras a cuidarem da própria saúde e bem-estar, trazendo informações atualizadas a respeito do câncer de mama, oferecendo palestras informativas sobre saúde da mulher e criando políticas eficazes de apoio.
Juntos, somos mais fortes que qualquer doença.