A Lei nº 8.213, de julho de 1991, conhecida como Lei de Cotas, obriga as empresas com mais de 100 funcionários, a preencher de 2% a 5% das vagas do quadro de funcionários reabilitados ou pessoas com deficiência, no entanto, aplicar a diversidade nas empresas, definitivamente, vai muito além.
Uma equipe com diversidade pode ser entendida como aquela composta por pessoas de diferentes formações, idade, nacionalidade, posição social, gênero, orientação sexual, raças, experiências, perfis e visões de mundo. Esta pluralidade de ideias e percepções estimulam várias possibilidades na solução de problemas e condução de tarefas.
Como vantagens da diversidade podemos citar a abertura de oportunidades para a inovação e aumento da conexão com um público maior, formado por diferentes culturas, construindo uma imagem de empresa livre de preconceitos, que apoia e vê potencial nas diferenças além do desenvolvimento de um clima organizacional mais propício ao crescimento pessoal e profissional dos funcionários.
É importante lembrar que essa diversidade só ocorre quando há a crença de que experiências diferentes trazem benefícios ao ambiente de trabalho e para o alcance de resultados com qualidade.
Uma das principais causas de rotatividade em empresas é a presença de uma equipe intolerante, já que devido às dificuldades de convivência e por não suportarem a dinâmica de segregação entre os colegas, algumas pessoas preferem desligar-se das atividades laborais. Com um grupo diversificado e que acolhe as diferenças, os colaboradores se sentem mais seguros e acolhidos, isso contribui para a cooperatividade e o senso de pertencimento.
Um ambiente com diversidade e abertura às diferenças também faz com que os conflitos, que muitas vezes atrapalham a produtividade e a eficiência, sejam menos frequentes. Estudos mostram que nas empresas onde a diversidade é reconhecida e praticada, a existência de conflitos chega a ser 50% menor que nas demais organizações. Já A McKinsey, uma empresa de consultoria empresarial americana, realizou um estudo e constatou que organizações que consideram a diversidade no recrutamento entregam resultados 25% melhores do que organizações “não-diversas”.
COMO ESTIMULAR A DIVERSIDADE NAS EMPRESAS
Evitar estereotiparão – não tire conclusões precipitadas, sem estereótipos você será capaz de perceber as pessoas como elas são e não como meros reflexos do seu preconceito. Quanto mais fizer isso, mais enriquecerá seu relacionamento com os demais e menos credibilidade esses estereótipos terão para você.
Programas de inclusão – incentivar a participação de pessoas com perfis diferentes para elaboração e execução de programas, projetos e ações voltadas à melhoria da companhia.
Personalize os benefícios e os reconhecimentos – diversificar a promoção de benefícios levando em consideração as necessidades básicas (sobrevivência, dignidade, segurança, conforto e apoio social) abrangerá um maior número de funcionários satisfeitos e realizados.
Realize treinamentos e mostras culturais – Só é possível aprender a respeitar uma cultura se você a conhecê-la, com o objetivo de promover a interação e conscientizar sobre a postura de tolerância, a equipe terá a oportunidade de adquirir novos conhecimentos e de desenvolver a empatia, auxiliando os trabalhadores no processo de aprendizagem da aceitação das diferenças.
Seja a mudança – se livrar de preconceitos em relação ao que é diferente pode ser muito difícil, por isso se faz necessário a prática da empatia e desenvolver a prática de enxergar a potencialidade na diferença promovendo uma cultura inclusiva.
Conheça 6 programas de incentivo a diversidade nas organizações:
1. PepsiCo
2. Grupo Grupo Pão de Açúcar
3. PwC
https://www.pwc.com.br/pt/quem-somos/diversidade-inclusao.html4. Ernst & Young
4. Ernst & Young
5. Sodexo
6. Johnson & Johnson
Conclusão
Em um mercado cada vez mais globalizado, a diversidade em uma empresa vai além de respeitar e aceitar as diferenças. É fundamental entender que uma equipe com diversos perfis fica mais rica em talentos, melhora os resultados da empresa e contribui para o sucesso empresarial.
Aos profissionais de RH/gestores de pessoas cabe a criação de estratégias que tornem mais eficazes a comunicação, adaptação e mudança entre os colaboradores, afinal quando uma equipe diversificada parte de um mesmo propósito, podem compartilhar ideias e visões tão diferentes – e ricas – e encontrar soluções que não seriam possíveis se todos tivessem vivências parecidas.
“diversidade é convidar para a festa. Inclusão é chamar para dançar”. Vernã Myers
Referências
Gonçalves EBP; Altoé SML; Empejo MMSB; Voese SB. Gestão da diversidade: um estudo de gênero e raças em grandes empresas brasileiras. Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal, 2016;
Mate C; Santos ACMZ. Diversidade nas organizações a partir da análise de artigos brasileiros (2003-2016). Revista de gestão da Uniçasalle, v.6, n.2, 2017;
McKinsey & Company – https://www.mckinsey.com/business-functions/organization/our-insights/delivering-through-diversity/pt-br#
Oliveira EC; Faria FMRC; Gomes GF. Diversidade nas organizações. 13º Encontro de Ensino Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, 2019.
Santos JVM; Santana AC; Arruda GA. Diversidade nas organizações: inclusão social ou estratégia competitiva. Psicologia.pt, fevereiro de 2018;
Santos CN; Braz HMFS. Gestão da diversidade: uma questão de responsabilidade social? Entrepreneurship, v.2, n.2, p.44-53, 2018.
Rogerio Braga
Fisioterapeuta
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