Sedentarismo, Lombalgia e Qualidade de Vida

Como o sedentarismo e a lombalgia causam impactos na qualidade de vida do trabalhador, e como o Fisioterapeuta pode ajudar?

Desde o século passado, as empresas vêm se adequando as inovações decorrentes de um mercado altamente competitivo e uma sociedade cada vez mais exigente. Ocorreram mudanças como implantação de máquinas nas indústrias, cobrança por melhores resultados, aumento da jornada de trabalho, objetivando a melhora da produtividade e do desempenho.

A lombalgia acarreta sofrimento aos trabalhadores, custos às empresas, aos sistemas previdenciário e assistencial de saúde. Caracterizada por quadro de dor de variada duração e intensidade, a dor lombar pode levar à incapacidade laborativa e à invalidez. A lombalgia ocupacional é a maior causa isolada de transtorno de saúde relacionado com o trabalho e de absenteísmo, gerando incapacidades em trabalhadores com menos de 45 anos de idade, tem predileção por adultos jovens e é responsável por aproximadamente 1/4 dos casos de invalidez prematura.

O sedentarismo é visto como o mal do século, tendo diversos fatores contribuindo para esse quadro, a evolução tecnológica, que vem substituindo as atividades que demandam de força física, fazendo com que o trabalhador permaneça por mais tempo em posição sentada e realizando movimentos repetitivos, por consequência mais vulnerável a situações de doenças ocupacionais como estresse e, principalmente, LER (lesão por esforço repetitivo) e DORT (doença osteomuscular relacionada ao trabalho), diminuindo assim sua qualidade de vida.

Dentre as causas e fatores de risco que estão relacionados com a lombalgia, o sedentarismo está relacionado direta ou indiretamente a inatividade física com dores na coluna, decorrentes de uma fraqueza dos músculos paravertebrais e abdominais e diminuição da flexibilidade da região lombar. Nos dias de hoje os exercícios físicos são praticamente excluídos dos hábitos cotidianos; os sistemas solicitados para a execução de exercícios físicos passam a atrofiar e reduzem a resposta para a demanda do corpo e, no caso da musculatura, pode ocorrer atrofia das fibras musculares trazendo diminuição da flexibilidade e comprometimento dos órgãos relacionados.

As empresas precisam buscar por meios de estratégias como a promoção à saúde e qualidade de vida do trabalhador, criar programas de prevenção e tratamento para proporcionar saúde e segurança para seus colaboradores.

Ai que entra o nosso trabalho, a Fisioterapia do Trabalho é uma especialidade que surgiu a partir do crescimento das organizações e complexidade das tarefas, abordando aspectos da ergonomia, biomecânica, exercícios laborais e recursos terapêuticos na recuperação de queixas ou desconforto físicos, sob um enfoque multidisciplinar, com o propósito de melhorar a qualidade de vida e desempenho do trabalhador.

O fisioterapeuta tem diferentes atuações no ambiente ocupacional, o fisioterapeuta do trabalho pode atuar:

*Prevenção de queixas músculoesqueléticas;
*Estudos ergonômicos do trabalho;
* Intervindo ergonomicamente na conscientização;
*Correção ou concepção na empresa;
* Educando através de palestras de capacitação;
* Treinamento preventivo e conscientização;
*Orientando o trabalhador em relação a aspectos ergonômicos e posturais durante a realização das atividades de trabalho, como nas atividades fora do ambiente de trabalho;
*Verificando a biomecânica nas atividades ocupacionais e avaliação postural;
*Ensinando técnicas de reeducação postural, para prevenir lesões ocupacionais; *Implantando exercícios laborais e pesquisando sobre a saúde ocupacional e assim possibilitando a divulgação do conhecimento para outros profissionais da área.

Com tudo o fisioterapeuta do trabalho atua junto às empresas com o objetivo de ampliar a saúde do trabalhador, tanto em seu ambiente laboral como na comunidade por meio da educação e prevenção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Amanda Gomes da Silva Bueno

Fisioterapeuta

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